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Preparamos essa matéria para mostrar como comprar materiais de limpeza para o condomínio de maneira estratégica, com economia, segurança e qualidade. Confira!
Manter o condomínio sempre limpo e bem conservado é uma das obrigações do síndico, prevista no Código Civil (art. 1.348, inciso V). Além do compromisso dos funcionários encarregados de executar o serviço, o bom cuidado das áreas comuns depende de produtos de limpeza eficientes e de boa qualidade.
Tal como fazemos dentro de casa, a limpeza é constante, logo, a compra desses materiais também é uma rotina para o gestor e, que, geralmente, costuma render dores de cabeça.
O SíndicoNet preparou essa matéria para mostrar como comprar produtos de limpeza para o condomínio de maneira estratégica, com economia, segurança e qualidade. Vamos lá?
Fatores que influenciam na compra de produtos de limpeza
- Porte do condomínio: Quanto maior, mais espaços para limpar e, consequentemente, mais produtos são utilizados;
- Padrão do empreendimento: Os mais nobres podem exigir produtos mais específicos ou de marcas mais caras;
- Rotina e frequência de limpeza;
- Tipos de pisos existentes: Mármore e granito, por exemplo, demandam mais cuidado e produtos especiais, seguindo a recomendação do fabricante do piso.
3 cuidados no processo de compra de produtos de limpeza
O síndico profissional Nilton Savieto lista três cuidados na hora de comprar produtos de limpeza para o condomínio:
- Itens com preço muito abaixo do mercado são atraentes, mas de qualidade duvidosa;
- Produtos clandestinos sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Dificuldade na equalização de orçamentos (embalagens das empresas com volumes diferentes, por exemplo).
Segundo o Ministério da Saúde, para que os produtos de limpeza sejam vendidos legalmente em supermercados, lojas, mercearias, distribuidoras ou outros comércios, é necessário que os fabricantes atendam normas legais e técnicas, além de obter autorização da Anvisa para cada item.
Não cumprir esses requisitos significa que o produto não passou pela análise de um importante órgão regulamentador, para comprovar tanto a eficiência quanto a segurança para manuseio e armazenamento.
É por conta desse trâmite que produtos legalizados se tornam mais caros em comparação aos pirateados, os quais normalmente são vendidos:
- Por ambulantes em carros ou caminhões que passam pela rua;
- Em garrafas de refrigerantes ou outras bebidas;
- Sem rótulo nem informação sobre data de fabricação, prazo de validade e número de lote;
- Em grandes volumes (barris, tonéis, etc) e que são transferidos para outras embalagens no ato da compra;
- Sem emissão de nota fiscal.
Pela experiência de Nilton Savieto, produtos ilegais chegam a ser 40% mais baratos que os legalizados. Mas essa economia pode sair caro, conforme reforça João Carlos da Silva Moreira, diretor da Câmara de Distribuidores da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp):
“Por uma falta de padronização e de cobrança dos órgãos competentes, temos muitos problemas com vários tipos de produtos. Os principais são os químicos, pois podem trazer problemas ambientais, indenizações trabalhistas em caso de intoxicação, além da possibilidade de danificar superfícies. Por isso, é importante sempre se certificar de que o produto é regularizado pela Anvisa e ficar atento às instruções contidas no rótulo.”
A água sanitária clandestina, por exemplo, costuma ser produzida com muita soda cáustica para ficar mais potente, o que a torna, também, mais lesiva.
Por isso, é importante comprar produtos com a devida certificação e ficar de olho no rótulo, que deve conter informações, como:
- Prazo de validade;
- Nome do fabricante ou importador, com endereço completo, telefone e nome do responsável técnico;
- Número do registro no Ministério da Saúde/Anvisa;
- Composição química;
- Instruções de uso, conservação e armazenamento;
- Avisos sobre precauções e informações de primeiros socorros;
- Número de telefone para atendimento ao consumidor;
- Classe toxicológica (se houver).
Lista de compras de produtos de limpeza e periodicidade de compra
É muito importante que o síndico organize, em conjunto com seu zelador e/ou faxineiro/auxiliar de serviços gerais, uma lista com os materiais de limpeza que o condomínio precisa, pois é a partir dela que a cotação se inicia.
Já para o diretor da Abralimp, o ideal seria contratar um fornecedor especializado em limpeza profissional para avaliar qual é a melhor solução para cada tipo de sujidade e superfície do condomínio, bem como dimensionar a quantidade necessária de produto a ser utilizada.
“Dessa maneira, a maior economia acontece na redução dos desperdícios e no ganho de eficiência, tanto de produto ou consumo de água e energia, quanto do custo homem-hora”, pondera.
Com um roteiro de limpeza bem desenhado, no qual estejam especificadas todas as áreas comuns que necessitam de limpeza, a respectiva periodicidade, bem como os produtos utilizados em cada uma delas, determina-se uma quantidade.
- Que produto usar e quando usar?
Com o tempo, o síndico e o zelador vão perceber quanto cada produto dura na rotina de limpeza do condomínio e poderão se adaptar melhor à frequência das compras.
Nos condomínios que administra, Nilton Savieto estipulou a compra a cada 90 dias.
“Fazíamos mensalmente, mas notei que isso acabava elevando os custos. Além de valores adicionais como frete, menos produtos também reduziam as chances de negociação com as empresas. Aumentando a quantidade, gasto menos, e então comecei a adotar a periodicidade trimestral”, explica.
Para ele, a época do ano também interfere na lista, em especial, o momento pandêmico que vivemos desde o início de 2020.
“Mudaram algumas coisas. Áreas fechadas ou que passaram a ser pouco frequentadas, requerem menos produtos de limpeza. Em compensação, adicionamos álcool em gel, álcool 70%, máscara para os funcionários e dispensers. Agora todos esses itens são compras indispensáveis”, pontua.
Estratégias eficientes para cotação segura, qualificada e econômica
Nilton Savieto adota as seguintes práticas para uma compra eficiente de materiais de limpeza:
- Abrir cotação com até quatro empresas (se possível, com referências de outros condomínios);
- Usar plataforma de cotação, como o CoteiBem, do SíndicoNet;
- Para equiparar os orçamentos não só em quantidade como em qualidade, também vale especificar a marca dos produtos que deseja;
- Acompanhar a variação de preço dos produtos;
- No caso de síndico profissional, fazer o pedido de vários prédios de uma vez. Assim, fica mais viável negociar descontos com as empresas pelo volume da compra;
- Procurar estabelecer com a empresa um preço fixo dos produtos por um determinado período, por exemplo, 6 meses.
- Pagamento após 28 dias da entrega do pedido. É um tempo considerável pra avaliar se o produto é bom, se a empresa presta um bom atendimento etc.
Para o síndico morador, o poder de barganha é menor nesse sentido, então aumentar a quantidade de itens (sobretudo os que sempre são utilizados) pode ser vantajosa. Mas atenção à validade e à estocagem;
Dicas de economia!
- Compare os orçamentos pelo valor unitário de cada produto, não apenas pelo valor total.
- Verifique qual empresa tem o maior número de itens mais baratos e negocie com ela para cobrir o valores das mercadorias que ficaram com a concorrência.
“Dessa maneira, normalmente conseguimos um desconto de 6% a 9%. A maioria das empresas aceita, porque explico o critério que utilizei. Em caso de negativa, faço pedidos separados, adquirindo os produtos mais baratos de cada fornecedor”, esclarece Nilton Savieto.
Saco de lixo: o ponto crítico dos produtos de limpeza do condomínio
O “calcanhar de Aquiles” da compra de material de limpeza é o saco de lixo. Este item pede muita atenção quanto à gramatura e tudo depende do que será descartado nele: objetos cortantes, pesados, volumosos etc.
O síndico profissional Nilton Savieto, por exemplo, utiliza três tipos diferentes de saco de lixo:
- para orgânicos;
- para vidros/itens pontiagudos;
- para reciclável.
Sacos de lixo muito fracos, apesar de mais baratos em relação aos mais resistentes, podem exigir mais de uma unidade de uma vez para não rasgar, o que aumenta a quantidade de uso e, consequentemente, de compra.
Além disso, é preciso se atentar à qualidade dos sacos de lixo. Por prevenção, Nilton Savieto faz a compra desses itens separado dos demais produtos de limpeza.
“Faço cotações, mas hoje tenho um fornecedor que é fabricante especializado, vamos direto na fonte. A maioria dessas empresas não comercializa outros produtos e produzem para vender para as empresas de material de limpeza”, detalha.
Outro produto de limpeza crítico para o condomínio é o limpa pedra, pois precisa diluir e ser manipulado cuidadosamente, com uso de EPI’s, como luvas e máscaras.
Gestão de estoque de materiais de limpeza do condomínio
Implantar um sistema de controle de estoque (com atenção ao prazo de validade e à capacidade de estocagem da despensa) ajudará síndico e zelador a ter a quantidade suficiente para suprir a demanda do condomínio. Nilton Savieto conta como costuma fazer em seus condomínios.
“O zelador possui uma lista, na qual ele dá baixa a cada item que sai. Quando atingimos a quantidade mínima de tal produto, por exemplo, um fardo de papel higiênico, ele me aciona”, afirma.
Fonte: Síndiconet
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